O bombardeio israelense ao principal aeroporto do Iêmen marcou uma grave escalada do conflito regional na terça-feira. Caças israelenses executaram um intenso bombardeio ao principal aeroporto do Iêmen na capital Sana, como parte de uma retaliação direta ao ataque de mísseis executado pela milícia houthi que atingiu o aeroporto Ben Gurion no último fim de semana. Esta operação de bombardeio israelense ao principal aeroporto do Iêmen representa mais um capítulo no crescente enfrentamento entre Israel e os rebeldes houthis apoiados pelo Irã.
Bombardeio israelense ao principal aeroporto do Iêmen causa mortes e interrompe vital conexão humanitária
O bombardeio israelense ao principal aeroporto do Iêmen e outras regiões do país resultou em pelo menos três mortes e mais de 30 feridos, segundo dados preliminares divulgados pelas autoridades de saúde ligadas ao governo houthi. Além do bombardeio ao principal aeroporto, as forças israelenses também atingiram usinas de energia e uma fábrica de cimento no país, ampliando o impacto da operação militar.
“O ataque foi realizado em resposta à ofensiva lançada pelo regime terrorista houthi contra o aeroporto de Ben Gurion”, declarou o comunicado militar israelense. “As pistas de voo, aeronaves e infraestrutura no aeroporto foram atingidas”, acrescentaram, confirmando que a instalação foi desativada.
Antes dos bombardeios, os militares israelenses publicaram nas redes sociais uma advertência direcionada ao aeroporto, ordenando a evacuação imediata de todos na área. Esta não é a primeira vez que Israel ataca estas instalações, tendo realizado operações similares em dezembro.
Consequências do bombardeio israelense ao principal aeroporto do Iêmen para população já vulnerável
O bombardeio israelense ao principal aeroporto do Iêmen afeta gravemente uma das poucas conexões restantes com o mundo exterior para mais de 20 milhões de iemenitas que vivem sob controle houthi. Esta infraestrutura alvo do bombardeio israelense é fundamental para acesso a tratamentos médicos vitais e manutenção de contato entre famílias separadas.
Waseem Al-Haidari, morador local de 42 anos, expressou sua preocupação: “Os ataques aéreos infligirão dor e medo e prejudicarão a vida dos civis”. Ele mencionou que sua tia idosa de 80 anos, residente no Bahrein, tinha planos de visitar a família na próxima semana utilizando o aeroporto de Sana. “Agora ela não conseguirá fazê-lo. Ela desejava visitar a vila e ver sua família”, lamentou.
O impacto humanitário é particularmente grave considerando que o Iêmen, localizado na extremidade sul da Península Arábica, é o país árabe mais pobre e enfrenta uma das piores crises humanitárias do mundo, segundo organizações internacionais.
Histórico do aeroporto reflete anos de conflito
O aeroporto de Sana permaneceu fechado por quase seis anos durante a guerra contra os houthis conduzida por uma coalizão liderada pela Arábia Saudita, que buscava derrubar a milícia e restaurar o governo internacionalmente reconhecido do país. Apenas em 2022 o aeroporto havia sido reaberto para voos comerciais, representando um alívio temporário para a população.
Durante o período de fechamento, dezenas de milhares de iemenitas com necessidades médicas críticas ficaram impossibilitados de buscar tratamento no exterior, conforme relatado pelo Conselho de Refugiados da Noruega, organização humanitária atuante no Iêmen. Muitos outros permaneceram presos fora do país, incapazes de retornar para suas famílias.
“Para os civis em Sana, os ataques israelenses são percebidos como uma forma de punição coletiva”, afirmou Mohammed Al-Basha, analista independente iemenita baseado em Washington.
Escalada do conflito entre Israel e milícia houthi
O bombardeio israelense ocorre após um míssil balístico lançado pelos houthis conseguir superar as defesas aéreas de Israel no domingo, atingindo uma área próxima ao Aeroporto Internacional de Ben Gurion, nos arredores de Tel Aviv. O ataque feriu pelo menos seis pessoas e levou diversas companhias aéreas a cancelarem voos, enquanto líderes israelenses prometiam represálias imediatas.
Na noite seguinte ao ataque a Ben Gurion, caças israelenses bombardearam o porto de Hudaydah no noroeste do Iêmen e uma fábrica de cimento a leste da cidade, resultando em pelo menos quatro mortes, segundo o Ministério da Saúde local.
Desde o ataque ao aeroporto israelense, os houthis declararam um “bloqueio aéreo” contra Israel, afirmando que continuarão a mirar aeroportos israelenses como parte de sua campanha de solidariedade aos palestinos em Gaza.
“Os ataques aéreos nunca detiveram os houthis no passado”, observou Nadwa al-Dawsari, analista iemenita do Instituto do Oriente Médio em Washington. Segundo especialistas, o conflito com Estados Unidos e Israel pode estar fortalecendo o grupo internamente, em vez de enfraquecê-lo.
Posicionamento dos EUA e contradições nas declarações oficiais
Os houthis têm sido alvo de uma campanha de bombardeios dos Estados Unidos no Iêmen desde meados de março. O presidente Trump intensificou significativamente os ataques ao país na tentativa de degradar a capacidade da milícia de atacar o transporte marítimo – uma iniciativa herdada da administração Biden.
No entanto, na terça-feira, Trump fez uma declaração surpreendente afirmando que os Estados Unidos cessariam os bombardeios contra os houthis, alegando que “eles não querem mais lutar”. O presidente americano não revelou como obteve tal informação, gerando questionamentos sobre a veracidade e o contexto da afirmação.
O governo controlado pelos houthis não respondeu imediatamente a pedidos de comentário sobre a declaração do presidente americano. Em contrapartida, na mesma terça-feira, o grupo divulgou uma declaração desafiadora afirmando que estava travando uma “guerra santa para ajudar o povo palestino prejudicado em Gaza”. Os houthis caracterizaram Israel como “um inimigo acostumado a cometer crimes de guerra e genocídio e a atacar civis”, prometendo manter seus ataques.
Eficácia questionável dos bombardeios contra infraestrutura civil
Especialistas questionam a eficácia estratégica dos ataques ao aeroporto de Sana e outras infraestruturas civis. Segundo Mohammed Al-Basha, o aeroporto é predominantemente utilizado para viagens civis, enquanto especialistas militares estrangeiros e comandantes houthis entram no país principalmente por rotas marítimas ou canais alternativos.
“Apesar dos ataques aos portos iemenitas e ao aeroporto, a milícia ainda consegue obter acesso a armamentos e tecnologia militar, recorrendo a operações de contrabando ao longo da costa do país”, explicou o analista.
Essa realidade levanta questões sobre a proporcionalidade e a eficácia dos ataques israelenses, que acabam impactando principalmente a população civil já vulnerabilizada por anos de conflito interno e crise humanitária.
Perspectivas para o conflito regional
A situação atual sugere uma potencial escalada do conflito regional que pode ultrapassar as fronteiras do Iêmen e Israel. Com os houthis declaradamente comprometidos em continuar seus ataques contra Israel em solidariedade aos palestinos, e Israel demonstrando disposição para responder militarmente, existe o risco de uma expansão do teatro de operações do conflito no Oriente Médio.
Organizações humanitárias expressam preocupação com o impacto crescente sobre populações civis que já enfrentam condições extremamente precárias, principalmente no Iêmen, onde o acesso a necessidades básicas como alimentos, água potável, medicamentos e cuidados médicos já é severamente limitado.
O fechamento do aeroporto de Sana representa mais um golpe para a população iemenita que depende desta infraestrutura para acessar serviços essenciais no exterior, reforçando o ciclo de isolamento e vulnerabilidade em um dos países mais pobres do mundo árabe.
Considerações finais
O bombardeio israelense ao aeroporto do Iêmen exemplifica como conflitos regionais mais amplos frequentemente resultam em consequências graves para populações civis que têm pouca ou nenhuma relação com as decisões militares tomadas por seus governantes. A situação atual do Iêmen, já devastado por anos de guerra civil e crise humanitária, torna-se ainda mais complexa com a intensificação dos ataques externos.
Enquanto a comunidade internacional busca soluções diplomáticas para os múltiplos conflitos interconectados na região, milhões de civis iemenitas continuam a enfrentar os impactos devastadores de uma guerra que parece não ter fim à vista. O fechamento do aeroporto de Sana representa apenas um dos muitos desafios humanitários que a população local precisará superar nos próximos meses.
FAQ:
1. Quem são os houthis e qual seu papel no conflito que levou ao bombardeio israelense ao principal aeroporto do Iêmen? Os houthis são uma milícia apoiada pelo Irã que controla grande parte do noroeste do Iêmen, incluindo a capital Sana. Eles têm lançado ataques contra Israel e navios no Mar Vermelho em solidariedade aos palestinos em Gaza, o que provocou o bombardeio israelense ao principal aeroporto do Iêmen.
2. Por que o bombardeio israelense ao principal aeroporto do Iêmen é tão impactante para a população? O principal aeroporto do Iêmen representa uma das poucas conexões restantes com o mundo exterior para mais de 20 milhões de iemenitas, sendo vital para acesso a tratamentos médicos no exterior e manutenção de vínculos familiares.
3. Como este conflito se relaciona com a situação em Gaza? Os ataques dos houthis contra Israel são declaradamente realizados em solidariedade aos palestinos em Gaza, demonstrando como o conflito israelo-palestino tem ramificações regionais mais amplas.
4. Qual é o posicionamento dos Estados Unidos neste conflito? Os EUA têm conduzido bombardeios contra os houthis desde março, buscando degradar sua capacidade de atacar o transporte marítimo. No entanto, recentes declarações do presidente Trump indicam uma possível mudança na estratégia americana.
Fonte: The New York Times